Uma faísca de esperança em tempos tão tenebrosos

Luiza Lemos
2 min readMay 14, 2019

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É claro como água o fato de que eu faço jornalismo na Universidade Metodista. Nesses dias a minha universidade, que é privada, está em greve. Má gestão e péssima transparência são alguns dos motivos para os professores não aguentarem mais e pararem as atividades, mas o foco do meu texto hoje não é esse.

Obviamente como toda jovem universitária, há as dúvidas sobre o curso e sobre a instituição que está, principalmente em uma greve que já está chegando na terceira semana. Mas como a vida, nós sempre temos lampejos de esperança que nos dá a certeza que o caminho é certo e que devemos continuar.

Um desses lampejos foi hoje. Estava lendo o livro Volteios, do meu ex-coordenador de curso Rodolfo C. Martino (que tristemente deixou a Metodista em 2018), que reúne crônicas e histórias que ele escreveu durante a carreira e o texto 13 não só me deu esperanças como me deu a certeza de que eu devo continuar de cabeça erguida e acreditando que apesar de tudo, o meu lugar é na Metodista e principalmente, no jornalismo.

O texto é uma declaração aos alunos formandos de jornalismo em 2008, e além de ser um ensaio sobre o que é ser jornalista e os desafios da prematura tecnologia imediatista da mídia, mas a parte VI é a que eu mais me emociono. Após a célebre frase “É meus caros, a vida não pede licença, não pede desculpas”, temos a faísca que me deu esperança nesses dias tenebrosos do curso de Jornalismo da Universidade Metodista:

Ser jornalista é um desafio diário. É enfrentar o inaudito a cada manhã. É também… A MELHOR PROFISSÃO DO MUNDO.

A frase de Gabriel García Marques me fez ver a luz no túnel. É fato que sofremos, enfrentamos o impossível para conseguirmos matérias e informações. Como estudantes e participantes do movimento a favor dos professores e funcionários da nossa querida metô, lutamos contra falta de salários, desrespeito da reitoria e da rede mantenedora e estamos dando a cara a tapa.

Mas apesar dos percalços, nós jornalistas foquinhas da metô, veremos a luz do túnel e em primeira mão traremos as boas novas. Obrigada Rodolfo por me trazer essa luz e mesmo fora da Metodista, continua iluminando os alunos, como o professor Borga que nos deu um discurso lindo e forças para continuar a lutar.

Que eu não desista e com bom senso continue enfrentando o desafio diário que é ser jornalista.

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Luiza Lemos
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Written by Luiza Lemos

Refletindo sobre o básico, achando o extraordinário no comum, ou não.

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