O que dá sentido à vida?
Quando adquirimos consciência de que estamos vivos, quando é que notamos o caminho que devemos trilhar? É um clique, um estalo…ou a gente tem a escola da vida como em Soul e já nasce com este clique que só espera a hora certa para apitar?
Bem, eu particularmente estou amando meu caminho, mas se ele foi feito para mim ou eu estou moldando ele como quero, aí é outra história. Essa coisa de que temos todo um caminho pronto para nós e que é inevitável mudá-lo parece ser tão chato e monótono. “Ah o destino tá aí, ele leva a gente” — não acho que é bem assim.
E é aí que ficamos totalmente perdidos e sem querer encontrar esse sentido: pode ser no trabalho, pode ser nas coisas, pode ser nas experiências, pode ser em uma folha caindo de uma árvore e pousando em sua mão. E esperar pelo sentido chegar pode ser um porre. Mas não esqueça que a vida é para ser vivida e se esse sentido estiver errado, está tudo bem.
Penso que quem molda a vida é a gente (claro, com o que ela pode te oferecer) e enquanto temos objetivos, ambições e vontades, a vida acontece à nossa volta e é aí que temos de aproveitá-la. Focar demais em um só ambiente da vida é tanto uma perda de tempo como uma leve cegueira.
Procuramos o sentido da vida e esse tal caminho de várias formas: seja com uma orientação vocacional, psicológica, espiritual ou como às vezes eu faço quando estou perdida: vejo um documentário sobre a vida, alguma animação da Pixar pesada demais para crianças ou qualquer vídeo motivacional do Casey Neistat.
Esses dias assisti a animação da Pixar Soul e o documentário The Minimalists: Less Is Now. Os dois dão sentido à vida, mas claro, à sua maneira. Sem muitos spoilers, Soul mostra que atingir todos os planos de vida não é o que a faz boa e Less Is Now apresenta uma forma de viver longe das amarras do consumismo e que realmente tempo é dinheiro: o que você gasta é o tempo trabalhado para ganhar este dinheiro.
O documentário dos minimalistas traz uma provocação: temos um vazio e devemos preenchê-lo, mas muitas vezes trabalhar, ganhar dinheiro e comprar coisas para encher este vazio é a resposta mais simples, até que muitas vezes se descobre que não é bem assim.
Já Soul mostra que a vida é como um oceano, mas nós como Dorys esquecidas e perdidas, queremos encontrar este oceano, até que a gente descobre que já está ali e não em uma simples água.
Mas e aí? Qual o sentido da vida?
Ei, espera aí! Eu sou apenas uma universitária de 20 anos que tenta olhar o extraordinário no comum, não força. Para mim, a vida é para ser vivida. Tudo o que você guarda de bom e depois conta feliz para alguém é vida para mim.
Seja re-empratar um prato divido com uma amiga, seja comer uma coxinha com pimenta biquinho, ou até rir de uma borda de hot dog em uma pizza que você recebeu na DM do Instagram é vida. Minhas metas estão aí, na listinha da vida. Vou cumprí-las e sei disso, mas dou tempo ao tempo, agir pelo não agir né?
Não acho que fazer 1000 atividades por dia ou se aglomerar em festas porque “só se vive uma vez” é viver, isso para mim está próximo de comprar um monte de coisas aleatórias para preencher um vazio que com um pouco de atenção poderia ser preenchido de outra forma.
E ah, idade não é parâmetro para encontrar este caminho ou sentido: a gente pode se encontrar em uma atividade diferente e anos depois de começar um caminho. Cozinhar, fazer lettering por diversão ou encher a casa de plantas e tratá-las como família podem dar sentido à vida também. Trabalho te sustenta financeiramente, o que você faz nas outras horas te preenche como pessoa — mas você pode fazer o que ama e ganhar dinheiro com isso, apesar de muitas pessoas não recomendarem este caminho (mas eu recomendo fortemente viu?).
Vejo que a frase do Abraham Lincoln está cada vez mais correta: não são os anos em sua vida que contam, é a vida nos seus anos. E de uns dias para cá, vejo que estou acumulando uns bons goles de vida. Você também está?