O dia que eu não tive o que fazer na redação

Luiza Lemos
2 min readAug 23, 2019

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São exatamente 15:10 da tarde, já li, já desenhei, já cobrei quem tinha que fazer o Click do dia e até ajudei com texto de rádio ( isso que eu nem sou do núcleo de rádio). E agora me vejo sem mais nada para fazer além de escrever esse texto para passar o meu tempo.

Poderia estar fazendo algo no moodle? Sim, mas seria de extrema chateação, porque já tenho uma questão “moral e pessoal” com o sistema, então não quero passar o meu tempo com isso né? Mas você que está lendo isso deve pensar: Ué, como que uma estagiária/repórter do Rudge Ramos Online não tem NADA para fazer?

Há alguns motivos: Já fiz todas as minhas obrigações, o site do RROnline caiu e eu não estou em nenhum núcleo de produção diário, como rádio ou tv. Então estou aqui escrevendo esse texto sem pé nem cabeça para poder passar o tempo.

Quando fico no ócio, penso principalmente na questão: Hoje em dia temos tanta coisa para fazer e mesmo assim encontramos — tanto no trabalho quanto em casa — tempo para procrastinar e ainda sim dizer que “não temos tempo para nada”.

Sei lá, sabe aquela sensação de impotência? Que você sabe que poderia estar fazendo mais e sendo mais produtivo e “aproveitar” mais o fato de que você passou em um processo seletivo e está em um trabalho que é confortável e até legal? Uma mistura de culpa com a impotência, acho que é isso que a galera aqui da redação sente, senão sou eu mesma que tenho essas paranoias malucas.

Há também o fato de que a gente quer fazer mais mas tá numa situação que deixa a gente pra baixo. É o site que não funciona ainda, é a Metodista não pagando os funcionários, é o pequeno desespero de achar outro estágio (porque o RR tem que rodar né) que aumenta a cada dia, é tudo.

A gente que tá aqui na redação sabe que deveria estar numa produção maluca e aquela sensação de fechamento que dá adrenalina (sim, no começo tinha muito essa sensação) mas estamos a cada dia derretendo na cadeira e pensando em maneiras de ser produtivo e melhorar o portfólio.

Enquanto escrevo esse texto, minha avó mandou uma mensagem perguntando sobre como mandar áudio e ouvir e disse: Você deve estar ocupada, deixa. Ler essa mensagem é um tapa na cara, eu tô no trabalho e não estou ocupada, como pode isso? Eu sou jornalista em formação, a última coisa que eu deveria estar era livre né?

Bem, gastei 15 minutos escrevendo esse texto e já estou vendo o túnel escuro da falta do que fazer na redação…acho que vou encher o saco do Léo ou dar uma mexida no meu site do WIX. Não sei, na maioria das vezes eu termino olhando o Instagram e percorrendo o Youtube sem saber o que assistir.

É, é a vida, mas pelo menos eu tenho a estrutura para aprender mais né? Só não sei como aproveitar ainda. Será que hoje é o dia para isso?

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Luiza Lemos
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Written by Luiza Lemos

Refletindo sobre o básico, achando o extraordinário no comum, ou não.

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