O famoso textão, mas que para mim parece necessário.
Já começo avisando que estou fazendo este texto pelo celular, apesar da minha preferência, penso que este assunto que falarei no texto é importante demais para eu deixar passar assim.
Tomando uma água de coco em uma sombra fresca, como toda turista de férias em Natal, me surpreendo com um menino cheio de folhas de coqueiro na mão e pedindo para mostrar a própria arte.
Enquanto mostrava a arte, que era fazer uma rosa com duas folhas, ele olhava para um grupo de crianças jogando bola. A vontade de jogar nos olhos dele era tão aparente que a rosa saía de forma automática, de tantas que ele havia feito.
Ganhei a rosa, minha mãe deu um troco a ele já perguntando se ele estudava. O menino está no terceiro ano, mas trabalha vendendo as flores que faz, com a vontade de jogar bola durante as férias.
Ela pediu a ele para continuar estudando e ele foi embora, caí no choro pensando: esse menino deveria estar jogando bola, aproveitando o mar, tomando uma água de coco.
Mas não, ele está trabalhando, com oito anos de idade na praia para arranjar uns trocados e elogios de turistas.
E é aí que há o choque, o baque, o soco no estômago.
Como, em 2019, podemos achar natural uma criança que deveria estar aproveitando a infância, estuda de manhã e trabalha de tarde? E aí vem à tona que há pessoas que “trabalharam” na infância e defendem e acham fofo uma criança vendendo flores de folha de coqueiro na praia.
Não podemos aceitar tal comportamento, eu não tenho os meios de mudar a realidade e o máximo que eu e minha mãe pudemos fazer naquela fração de minutos foi incentivar ele a estudar e crescer.
E como na frase da música da Palavra Cantada:
Criança não trabalha, criança dá trabalho.