Das voltas que a vida dá
Ultimamente me vejo sendo invadida por um mesmo pensamento, em momentos diversos do dia a dia. Parece que há uma força cósmica me dizendo a todo o momento: "viu como o mundo dá voltas?".
Não sei se são os astros, Deus, os orixás ou o que quer que esteja regendo o mundo, mas uma coisa é certa: ele dá uma volta mais intensa que a outra. Para fins de boa comunicação, esse texto vai chamar essa força de vida.
O momento em que essa 'volta mágica da vida' me atropelou como um carro desgovernado foi durante uma sessão de autógrafos do primeiro livro de uma ex-professora do colegial.
A volta na vida dela, inclusive, é digna de um filme de drama com toques de comédia. 2022 pode ter sido o pior ano da história de uma professora de redação. Imagine perder o irmão no começo do ano e quase perder a própria vida em um acidente no final dele? É de abalar qualquer um.
Mas parece que a vida reserva muito para os que seguem em pé após tantos golpes dela. É quase que uma meritrocacia para os bestas esperançosos, ou os que encontram novo sentido em viver.
É justamente o caso dessa professora. Ela começou 2023 sem esperanças, só querendo sobreviver ao ano sem maiores sustos, só vivendo, fazendo o que ama e com quem ama, colocando, apesar de tudo, a vida em primeiro lugar.
E aí, cortamos o tempo para 24 de junho de 2023. Ela, após rodear, negar e pensar que era impossível, foi lá e cumpriu um desejo de menina: lançar um livro, por uma editora. Durante o lançamento, ouvi a frase que me fez pensar neste texto:
"Não poderia deixar de tentar. Bom, a vida está para ser vivida, né?"
Uma frase simples, mas dado o contexto, ela ganha outra força. A vida golpeia, mas presenteia quando se dá a volta por cima.
Ah e há outra volta nessa história! Não só ver o livro finalmente publicado, mas também se dar conta da volta que nossas vidas deram. Receber o agradecimento por ter apoiado a ideia da publicação, a honra de ler os primeiros capítulos antes da ideia de ir atrás de uma editora se concretizar e evoluir de aluna para amiga, é muito gratificante.
Há seis anos atrás, Eloá Schuler era uma professora de redação, gramática e literatura. Já eu, era apenas uma formanda no ensino médio, ansiosa para começar o curso de jornalismo.
Demos voltas e voltas.
Hoje Eloá Schuler é, além de professora, uma escritora publicada por uma editora. Já eu, jornalista formada e trabalhando em um dos lugares que sonhava em estar lá em 2017.
Parece que a sorte nos bateu à porta. Ou foram as voltas que nos fizeram dançar e, quando menos notamos, a valsa da vida, entre tropeços e pisões, nos colocou exatamente onde tanto almejavámos?
Que continuemos dançando, vivendo e nos permitindo ver aonde essas voltas vão nos levar.
Sucesso, Eloá!
